Pousando tranquilamente nos Kensington Gardens de Londres está o Serpentine Pavilion de 2014 de Smiljan Radic, um volume etéreo de fibra de vidro cuidadosamente moldada, pontuada por aberturas precisamente recortadas. Radic desejava uma estrutura que parecesse fina e frágil, mas forte o bastante para se sustentar, e sua afeição pelas qualidades rudimentares do papier-mâché - material usado na maquete - inspiraram a AECOM a utilizar fibra de vidro, material que potencializou as ousadas ideias de Radic. Neste artigo, originalmente publicado pela Metropolis Magazine como "Paper-Thin Walls", um engenheiro da AECOM explica a solução empregada. Saiba mais a seguir.
Uma orbe de fibra de vidro semi-translúcida colocada sobre um amontoado de pedras brilha na escuridão da noite nos Kensington Gardens. Uma galeria de 390 m² projetada pelo arquiteto chileno Smiljan Radic, o Serpentine Pavilion 2014 é um delicado jogo entre material, textura e luz. Radic usa frequentemente maquetes de papier-mâché em seu trabalho e queria que esse material fosse traduzido para o pavilhão. Chamou, então, a ajuda da equipe de engenharia do escritório multidisciplinar AECOM para contribuir com sua experiência técnica.
“Ele queria um estrutura que fosse percebida como fina e frágil, mas que fosse, também, resistente o bastante para suportar grandes vãos", disse Thomas Webster, um dos líderes de engenharia do pavilhão. "Quando se sobrepõe o papier-mâché, resultam áreas mais escuras que são ligeiramente mais espessas, e áreas mais claras. Radic queria brincar com essa sobreposição."
Fibra de vidro era a solução lógica. "O processo é quase idêntico ao modo como se molda uma estrutura de papier-mâché - no sentido que é necessário algo sobre o qual a fibra é moldada", disse Webster. "Criamos uma forma negativa feita de poliestireno, composta por dois grandes blocos de 2m x 4m, e colocamos as camadas de fibra de vidro sobre essa forma."
Apesar de todas as vantagens da fibra de vidro, havia um grande desafio: descobrir como transmitir luz o bastante para que a estrutura brilhasse: "Tivemos que realizar muitos testes com o material para alcançar o nível certo de transferência de luz e também alcançar um tom esbranquiçado." comentou Webster. "A outra coisa é que o pigmento proporciona retardamento do fogo. Então tivemos que fazer muitos testes para alcançar a luz desejada. Todos os nossos esforços e conhecimento técnico foram direcionados em garantir que o material tivesse o desempenho que queríamos."